O sétimo convidado da nossa seção “Juntos para vencer: a visão de especialistas em vendas para superar a crise” é Mauricio Restrepo Posada, Gerente Geral da Lilipink

A Lilipink é uma marca colombiana de roupas íntimas femininas jovem, criativa, fresca e divertida fundada em 2006. Desde 2017, está em expansão e já em 2018 contava com 280 lojas na Colômbia e 29 lojas internacionais.

ACEITAR O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

Bom, devemos começar aceitando que estamos em um processo de transformação e que a situação épalpável, que por cerca de dois anos estaremos vivendo uma complexa situação comercial e macroeconômica.

Todos os empreendedores devem entender que todos nós estamos enfrentando essa situação, é claro que haverá alguns setores mais afetados do que outros, como tem sido em todas as crises vivenciadas pela humanidade.

As considerações para os empreendedores seriam: para as empresas que têm sido rentáveis, o que elas têm feito com a rentabilidade de seus negócios durante os anos? Como o provisionamento de lucros tem sido gerenciado? Quanto foi investido em expansão? Pagamento de dívidas? Solvência financeira?

Hombre mirando barra en proceso

Agora, a pior coisa que pode acontecer é que os empregadores considerem realizar demissões, porque não podemos nos esquecer que nos últimos 10 anos, a classe média colombiana e de grande parte da América Latina vem crescendo, e esses estratos são os que dinamizam muito a dinâmica do consumo.

Existem questões específicas, como as visões e missões de muitas organizações que estão apoiadas na entrada das empresas, mas que estão muito distantes da sua conformidade e convicção de execução.

É o mesmo que quando em quase todas as organizações se diz que o cliente é o mais importante, mas quando ele faz um pedido, não tem prioridade; quando deseja fazer um pedido, não é atendido, é enganado e no final das contas, nem chega a ser atendido… BEM, É HORA DE CUIDAR DOS CLIENTES! Quem não se preocupa em cuidar de seus clientes, que não está focado em colocar o consumidor como prioridade, vai sofrer muito mais do que aqueles que mudarem essa mentalidade.

Bem, temos ouvido falar muito sobre canais alternativos, a pluralidade de canais e agora também o “omnichannel”. Pois bem, quem não se preocupar em oferecer diferentes canais de atendimento ao cliente vai sofrer muito mais do que aqueles que se prepararam e tiveram visão suficiente para desenvolver o “omnichannel”, que são muito poucos, ainda mais na Colômbia. Sempre me perguntam qual é o canal mais importante para a comercialização de bens e serviços para uma organização, e minha resposta é sempre a mesma: não existe um canal mais importante, todos os canais são complementares e todos devem atender ao gosto do consumidor. Esta é a diferença, daí a importância de possuir canais de acesso ao consumidor.

Todo mundo hoje fala sobre qual é a sua estratégia, como é feita a composição de seu plano estratégico, etc. profissionais de marketing, comerciantes e empresários, hoje a estratégia deve ser:

1- Cuide do seu bem mais valioso: Seu pessoal.

2- Cuide do capital do seu negócio, confira quais são as despesas que não afetam muito o desenvolvimento do negócio e revise muito bem, pois muitas vezes o que vem primeiro é o departamento de marketing. Lembre-se de que, agora mais do que nunca, você vai precisar de visibilidade para sua marca para que os consumidores tenham você no radar.

3- Seja consciente e ofereça o “omnichannel”, ative seu CRM. Sem isso, seu desenvolvimento será em vão, porque agora quem estiver próximo do consumidor terá a vantagem de estar mais perto e, assim, conhecer seus gostos e preferências.

4- Defina muito bem o seu segmento de atuação, as marcas que fazem parte desse meio do consumo, quero dizer, as marcas de luxo e as marcas de baixo custo não vão sofrer tanto; as que mais vão sofrer são as marcas de médio porte, que não foram claramente definidas.

5- Lembre-se que é melhor 1 do que zero, cuide da sua margem mas verifique muito bem o seu sistema promocional, pois a reativação do consumo será muito lenta. Os recursos estarão destinados à alimentação, saúde e limpeza, então haverá uma forte concorrência para obter o pouco dinheiro que ficará no bolso dos consumidores.

6- Para o setor têxtil, as roupas precisam ser mais baratas e duráveis, ou seja, de melhor qualidade, é isso que o consumidor vai começar a apreciar mais.

Por último, a realidade é que o mundo mudou, mudou de maneira tão rápida que não nos deu tempo para agir e fazer planos. Nada voltará a ser o que era antes, e isso é um fato. O consumidor mudou, os mercados mudaram e para isso também devemos mudar e nos ajustar. Isso não significa se resignar, mas sim enxergar o melhor modelo de ação para as particularidades de cada negócio. Tenho certeza que, se passarmos a trabalhar do individual para o coletivo, os resultados serão muito melhores para todos.

Escrito por: Mauricio Restrepo Posada (Gerente Geral da Lilipink)