Causas da crise de abastecimento que poderia afetar o Varejo em Black Friday e Natal

A Black Friday e a época de Natal estão se aproximando, e as previsões de crescimento internacional sofreram uma queda drástica que poderia ser o coquetel perfeito para retardar a recuperação econômica que tínhamos começado a alcançar após as campanhas de vacinação muito positivas.

Eis porque a crise de abastecimento está acontecendo e como ela está afetando o varejo.

O problema mais importante enfrentado não só pelos varejistas, mas por todos os tipos de negócios, são os problemas logísticos que estão produzindo um gargalo que tem aumentado os custos da grande maioria dos produtos.

Mas… Quais são as causas que levaram a esta situação?

Como sempre acontece, muitos fatores desempenharam um papel:

O estrangulamento nos portos

Quase 90% do transporte de carga é realizado por mar, não apenas devido ao custo mais baixo em comparação com outros meios de transporte como as aeronaves, mas também devido à sua capacidade de transportar centenas e milhares de toneladas de um lugar para outro do planeta com maior segurança.

A China, a fábrica mundial, possui uma extensa rede de portos e infraestruturas capazes de fornecer mercadorias para o mundo inteiro.

Entretanto, após o surto da pandemia COVID-19 devido a uma nova variante, as autoridades chinesas colocaram severas restrições e limitações ao transporte de mercadorias. Estas medidas estão produzindo um verdadeiro gargalo em seus portos e portos, retardando todo o processo.

A ICS (International Chamber of Shipping), a associação global de transporte marítimo de carga, advertiu em setembro, prevendo meses atrás o que em muitos lugares era imparável.

As restrições de movimento e a falta de vacinas nos países em desenvolvimento estavam congestionando as cadeias de abastecimento e, em última instância, afetando países terceiros.

Esta situação de estrangulamento vinha se arrastando desde que um navio encalhou no Canal de Suez em março. Como uma das rotas de navegação mais movimentadas do mundo, este retrocesso causou meses de atrasos na chegada das mercadorias.

O congestionamento nos portos está levando muitas empresas a optarem por transporte alternativo, como o aéreo ou terrestre, criando um efeito dominó e arrastando problemas logísticos para todas as áreas.

A crise energética também afeta o varejo

A crise energética é outra razão pela qual esta sexta-feira negra e o Natal provavelmente não acabarão sendo tão esperançosos como esperávamos que saíssem do duro confinamento do ano passado.

O fornecimento de gás já estava drasticamente reduzido no início do ano diante de uma primavera mais fria do que o normal.

Além disso, a recuperação econômica nascente que estava se formando em muitos países aumentou a demanda por energia, embora esta demanda não se tenha traduzido em aumento da produção de energia, principalmente gás.

As tentativas de alguns dos países mais poluentes, como a China e a Índia, de iniciar uma revolução energética verde os levaram a se afastar do carvão como fonte de energia (o meio mais poluente) e a se concentrar em outras fontes, como o gás, como um passo intermediário.

O aumento da demanda por gás liquefeito, principalmente na China, também influenciou o preço desta matéria-prima, que atingiu níveis recordes, pois os países produtores se recusam a aumentar a produção.

No caso da Europa, as fricções geopolíticas com a Rússia, principal fornecedor da Europa Oriental, e o conflito entre Argélia e Marrocos, que fechou o gasoduto que transportava gás através do Mediterrâneo, deixaram pouca margem de manobra para a UE.

A UE quer aproveitar a crise para assumir um compromisso mais forte do que nunca com a energia sustentável e assim deixar de ser dependente de fontes externas.

A longo prazo, o aumento dos preços da energia está causando um aumento nos custos de produção de muitos produtos, além do transporte, e isto, em última análise, afeta o consumidor.

Falta de semicondutores.

A demanda nos países em desenvolvimento por produtos que até recentemente eram considerados um luxo nos países ricos, tem sido um desafio para os fabricantes de semicondutores.

O poder de compra crescente em países como a China e a Índia abalou o tabuleiro de jogo internacional, já que bilhões de pessoas agora têm acesso a esses produtos.

Os chips e sua fabricação são os semicondutores que estão causando mais problemas, principalmente devido à falta de matérias-primas.

Na verdade, muitas empresas já estavam avisando no início do ano que seriam forçadas a reduzir sua produção devido à falta desses materiais básicos para seu funcionamento.

Agora que você conhece as causas, não pode perder nosso próximo artigo, onde lhe damos as melhores DICAS para enfrentar a crise nas cadeias de abastecimento.